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segunda-feira, 30 de julho de 2012

O problema do lixo em Sergipe

   A problemática do lixo parece não ter resolução em Sergipe. Ainda ontem, 24, o município de Aracaju foi multado em quase 30 milhões por descumprir cláusulas previstas no Termo de Ajuste de Conduta firmado em 2006, que previa a instalação do aterro sanitário e a implantação de medidas mitigadoras. O município deixando claro a sua falta de compromisso com o meio ambiente. Falta esta, que não é somente pertinente a Aracaju, os demais municípios também precisam compreender a importância do tratamento do lixo para a preservação do meio ambiente e manutenção da vida.

  O Compromisso também deve ser firmado pelos cidadãos ao descartar o lixo em local correto, além de separar o lixo, incentivando o processo de reciclagem. Consciência que alguns jovens de Sergipe já despertaram para a sua importância e fizeram questão de emitir a sua opinião sobre a quetsão do lixo no município onde residem. Confira!

  Para a moradora da Barra dos Coqueiros, Karoline Rodrigues, o principal problema no município é o comportamento equivocado dos moradores do município.

Eu não posso falar por todos, mas em minha opinião, hoje a Barra está bem mais organizada em termos de limpeza. A única coisa que deveria ser observada é aquele canal no Conjunto Prisco Viana. Lá é muito sujo, e, ainda mais a população não colabora. Jogam o lixo dentro do Canal. Então, quando chove, o mau cheiro e insuportável, sem contar que o lixo faz o canal transbordar. Se a população parasse para analisar essa questão, com certeza 70% do problema de limpeza na cidade iria melhorar.

  Saulo Aragão é daqueles jovens que tem observado o seu município e não abre mão de contribuir com a qualidade de vida dos moradores de Gararu, cidade localizada no sertão sergipano.

Grande da parte da população ainda joga lixo no chão como um simples hábito, sem perceber que está tendo uma atitude no mínimo mal educada. As pessoas devem fazer a sua parte. E se hábitos cotidianos, como separar o seu lixo e de não jogar lixo nas vias, forem adotados eles podem ajudar a manter o seu ambiente mais limpo. A minha cidade tem equipes de limpeza trabalhando constantemente, porém o descarte dos resíduos é feito em local inadequado. Por isso, a implantação de um consórcio entre prefeituras para a construção de aterros sanitários, pode solucionar o problema.

   Aracaju, cidade que atualmente deslumbra os turistas por sua limpeza, não é capaz ainda de ser um projeto digno de cópia, o lixão marcado como o principal motivo da má gestão do lixo na cidade conforme declara o jovem Fernando Araújo.
Os lixões devem ser eliminados, entretanto, para que isso ocorra é necessário que as autoridades lancem campanhas que mostrem quais são as consequências futuras para o meio ambiente, dessa forma, a população passará a ter uma visão ampla do problema e certamente colocarão em prática outras formas de eliminar o lixo, como separar recicláveis de não recicláveis, e assim o destino do lixo seria outro. Mas o que vimos, com relação ao descarte de lixo em local indevido, é o exemplo típico de "jogar papel de bala". Fato fácil de ser visualizado. Talvez a população não tenha consciência de quanto tempo aquele material (papel plástico) vai demorar para se deteriorar, então, que tal no próprio papel vir dicas como: consequências do "jogar' plástico na rua, tempo que o plástico leva para ser destruído, entre outros.

  Lixões, aterro sanitário, separação do lixo, mudança de comportamento, entre outros aspectos, mostram o quanto a temática deve ser discutida e políticas elaboradas como forma de minimizar os males provocados pelos dejetos. Por isso não deixe de participar deste processo de construção de opinião sobre o assunto, deixe a sua contribuição.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Poluição Visual em Aracaju. Já é preciso atenção.



A poluição visual, caracterizada pelo uso abusivo de comunicação visual concebida com preponderante apelo mercantil, torna-se cada vez mais objeto de preocupação ambiental. Já não bastasse a abundante sinalização de trânsito, multiplicam-se ao longo de ruas e avenidas os outdoors, banners, luminosos, placas e cartazes com finalidade essencialmente comercial. Esses elementos sufocam, oprimem e concorrem pela atenção das pessoas, retirando cada vez mais o pouco de natureza presente no espaço urbano das cidades.

Existem outras formas de poluição visual que não estão ligadas diretamente à publicidade e à propaganda, como as pichações, o aglomerado de edificações, os fios de transmissão, o excesso de veículos e até o lixo que se junta nas ruas. São elementos que tornam a urbe feia aos olhos e de confusa assimilação, um lugar desagradável de se estar e transitar. As placas promocionais, entretanto, adicionam um componente a mais nesse já complicado cenário urbano, que é o da disputa intencional pela atenção do transeunte e de modo nada democrático. Sem o particular interesse as pessoas são obrigadas a consumir informação.

A falta de disciplina na utilização das placas de publicidade e de harmonia nas fachadas de prédios e casas comerciais contribuem para o agravamento da poluição visual, degenerando o sutil equilíbrio que ainda existe na interação do homem com o meio ambiente natural, aquele o menos artificialmente concebido. Falta espaço aberto, amplo, com vegetação e vida não humana para que o cidadão não se veja apenas como potencial comprador de algum produto, serviço ou mero consumidor informação.

A cidade de São Paulo já adota legislação específica regulamentando a veiculação de publicidade visual no espaço urbano. A Lei Nº 14.223, de 26 de setembro de 2006, é um bom exemplo, mas infelizmente ainda não foi seguido por outras capitais ou grandes cidades brasileiras. Aracaju, por seu tamanho, baixa concentração urbana e grande quantidade de áreas verdes que ainda tem, talvez nem devesse ser confrontada com essa realidade. Em uma rápida passagem pelas principais avenidas da cidade, se é que isso seja possível atualmente, já se percebe a disputa de espaço entre a cidade e toda forma de publicidade visual.

Olhando a pequena capital sergipana com olhos de quem se preocupa com o futuro próximo pensando em qualidade de vida, não agressão e conforto ambiental, percebe-se que este é o melhor momento para disciplinar a utilização de comunicação visual em logradouros, fachadas de prédios, comércios e até nos transportes coletivos. A ausência de regulamentação agora implicará prejuízos e custos desnecessários mais tarde, além de maior dificuldade para se negociar uma legislação específica com os agentes sociais diretamente envolvidos com o problema. A questão pode não ser urgente, mas merece atenção.


Por Hipérydes Albuquerque,
Jornalista do blog EcoSergipe